Aristóteles Lodi, antes de tudo, esportista

Ouro Preto (MG), 10abr1895; Vitória (ES), 29mar1968

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Aconteceu em 03mai1931: o Cascatinha, formado por jogadores veteranos, e o Veteranos, formado por diretores, fizeram a “prova de honra” de um festival no Palestra. O Cascatinha (Limões, Nocchi, Pede -- Baptista, Palu, Bepe -- Valério, Gallo, Ruffolo, Hespanhol, Chicone) venceu por 8x1 o Veteranos (Lage, Lavalle, José Necésio do Carmo -- Juca Savassi, Lydio Lunardi, Magnavacca -- Jeronymo Corte Real, Hugo Savassi, Miraglia, Plínio Lodi, Aristóteles Lodi).

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Os festivais eram realizados sempre que não havia jogo de campeonato ou amistoso contra times de Juiz de Fora, Rio ou São Paulo. Na terça-feira, 05ma1931, o Estado de Minas contou como foi a festa do domingo: "O programa esportivo estava composto de corridas, saltos, jogos de basketeball e, por fim, uma partida de foot-ball entre os veteranos palestrinos... Findou a festa com grande distribuição de chopps, doces etc, que entreteve o pessoal no campo dos periquitos até o cahir da noite".

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O Bar Cascatinha, patrono de um dos times, ficava esquina de Rua dos Tupinambás com Avenida Afonso Pena. Lá, jogadores, diretores e torcedores periquitos se reuniam para beber chope, jogar bocha e discutir futebol. Entre os freqüentadores mais assíduos, estavam os irmãos Plínio e Aristóteles. Lodi

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Os Lodi vieram de Crevalcore, cidadezinha perto de Bologna, na Emilia Romagna. No Brasil, o patriarca Evaristo Lodi (nascido em 05out1866) conheceu e casou-se com Celestina Mazzonetti (nascida em Vicenza em 06out1872). O casal foi morar em Ouro Preto onde abriu um armazém de secos e molhados. Quando a Capital foi transferida para Belo Horizonte, a família também se mudou e fundou a Casa Evaristo Lodi (esquina de Rua dos Tupinambás com Avenida São Francisco, atual Olegário Maciel) especializada na venda de ferragens.

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Aristóteles e Plínio, filhos de Evaristo, foram dos primeiros a atender ao chamado da rapaziada dissidente do Yale, que se reunia nos fundos da Casa Ranieri e queria fundar uma agremiação italiana. E coube a Aristóteles redigir a “verbale” (ata) de fundação, na reunião de 02jan1921.

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Durante muito tempo, Plínio e Aristóteles e a irmã Elvira Lodi, eleita, em 1928, grã-duquesa do clube, participaram ativamente da vida do Palestra. Em 1931, na gestão de Lydio Lunardi, Plínio foi diretor social e Aristóteles, tesoureiro. E ainda encontravam tempo para se dedicar à Liga Mineira. Tanto que coube a Aristóteles chefiar a delegação da Seleção Mineira que participou do Campeonato Brasileiro em 1931 e foi derrotada pelos cariocas. Não foi lá uma grande experiência porque alguns jogadores, encantados com a praia, concentraram-se pouco e não descansaram para o jogo.

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Em meados dos Anos 30, os Lodi se afastaram do Palestra. Elvira mudou-se para Roma, acompanhando o marido, Ninão, contratado pela Lazio. Plínio e Aristóteles, em sociedade com seus irmãos, Osmundo e Álvaro, fundaram uma marcenaria em Belo Horizonte e outra em Aimorés, divisa de Minas com o Espírito Santo. De lá mudaram-se para Vitória e nunca mais voltaram, deixando saudades por seu espírito esportivo.

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Virgínia Lodi, filha de Aristóteles, conta que numa das habituais crises financeiras do Atlético, seus dirigentes procuraram Aristóteles para pedir conselhos e ele foi além das recomendações de praxe. Subiu a colina de Lourdes e passou algum tempo arrumando a casa dos rivais. Para os Lodi, rivalidade não rimava com inimizade.

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LIVRO: Palestinos, de Jorge Angrisano Santana