Futebol autoral, a nova mania
- Jorge Angrisano Santana
- 9 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
MATHEUS PENIDO
Observando os debates esportivos dentro e fora do ambiente cruzeirense, concluo que existe hoje uma demanda por parte dos torcedores para que os treinadores entreguem ao deleite da galera times "prontos", ou seja, competitivos, bem organizados e, acima de tudo, com um bom repertório ofensivo.
A exigência por competitividade é uma obviedade universal no futebol. Desde que o primeiro balão de couro rolou na Inglaterra, o torcedor percebeu que sem força anímica por parte dos jogadores e do coletivo não era possível bater qualquer adversário. Já os apelos por organização tática se tornaram comuns à medida em que a crítica especializada foi introduzindo na mente do torcedor a necessidade desse elemento - a tal tática - que combinado à capacidade técnica e física dos atletas seria essencial pra levar qualquer equipe às vitórias.
Diante disso, criaram-se os alicerces do beabá da cobrança do torcedor brasileiro. Ao treinador, cabia organizar o sistema defensivo e cobrar empenho dos comandados. A criação e conclusão das jogadas ofensivas era responsabilidade dos atletas de frente, desde sempre tidos como os craques dos times.
Com o advento do "guardiolismo", por volta de 2009, esse conceito histórico mudou. Numa era em que a tv a cabo e a internet já dominavam o entretenimento do brasileiro, a galera tupiniquim passou a ter a oportunidade de ver uma ou duas vezes por semana o time de Xavi, Messi e Iniesta. E mais do que a atração pelo enorme talento dos craques, surgiu a admiração pelo comandante daquele time com um estilo de jogo até então pouco usual (o chamado tiki taka). Se, antes, o brasileiro valorizava atacantes habilidosos e objetivos, com Xavi e Iniesta passou a endossar meio-campistas elegantes e de passe refinado. O que era enceradeira com Zinho em 1994 passou a ser o suprassumo da arte com Iniesta em 2010.
E as loas por essa suposta revolução foram dadas em grande medida ao treinador daquele time. Pep Guardiola, um catalão de estilo descolado que já havia feito sucesso como jogador do mesmo Barcelona, tornou-se sinônimo de inteligência futebolística, ídolo de 11 em cada 10 jornalistas esportivos, especialmente dos mais jovens e europeizados, viciados em análises táticas que criaram o conceito de "time autoral" como sendo aquele onde cabe ao treinador desenvolver um repertório ofensivo pro seu time. Os treinadores , que antes se limitavam a fechar a casinha e a exigir compromisso dos seus atletas, agora passavam a responder pela criação de jogadas ofensivas, antes atributo exclusivo dos craques.
Com o correr dos anos, foram surgindo novas vertentes do guardiolismo. O alemão Jurgen Klopp, adepto de um estilo mais objetivo com as chamadas "ligações ofensivas", deu continuidade à era dos treinadores-celebridade que fazem a cabeça de jornalistas e treinadores descolados. O próprio Guardiola teve de ceder ao pragmatismo adotando um estilo de jogo mais seguro na defesa com o milionário Manchester City. O catalão tornou-se recordista de títulos de ligas nacionais, mas desde que deixou o Barcelona não conseguiu chegar novamente ao Olimpo do título da Champions League, a liga dos campeões europeus. Apesar disso, continua gozando do status de gênio e sumidade do futebol mundial. Exageros à parte, fato é que, ao menos culturalmente, o guardiolismo e seu filhote - o tal futebol autoral- vieram pra ficar, fazendo a cabeça de jornalistas, pretensos especialistas e dos próprios profissionais do futebol. Foi no imaginário dessa turma - mais do que nos campos - que Guardiola forjou uma revolução no futebol mundial.



TODO MUNDO TEM ALGO A DIZER
Gisele Bicalho
” (…) Às vezes saio a caminhar pela cidade, à procura de amizades, vou seguindo a multidão. Mas eu me retraio olhando em cada rosto. Cada um tem seu mistério, seu sofrer, sua ilusão (…)”
É bem assim mesmo. Não dá pra ficar indiferente. Todas as pessoas têm muito a dizer. Só falta mesmo quem as ouça. O que não é muito o meu caso. Eu não sei você, mas me alimento das histórias alheias. Não se trata de fofoca ou coisa parecida. As dos anônimos, então, são as minhas preferidas. Talvez por isso goste tanto de me deslocar de ônibus. A maioria é celeiro de boas histórias. Fico ali na moita,…
=Em clássico válido pelas semifinais do Campeonato Mineiro, Cruzeiro e América-MG se enfrentam neste sábado (11), às 16h30 (hora de Brasília), na Arena do Jacaré, em Sete LagoaO técnico do Cruzeiro, Paulo Pezzolano terá o retorno do volante Wallisson, que ficou de fora do último jogo por indisciplina, mas não poderá contar com Neris, Wesley Gasolina e Fernando Henrique, lesionados, além do recém-chegado Marlon, ainda sem condições de jogo. Outro desfalque é o atacante Rafael Bilu, que teve diagnosticada lesão muscular na coxa esquerda e seguirá tratamento, sem necessidade de cirurgia.] O América deve apresentar algumas mudanças em relação a equipe que venceu o Tombense por 3 a 1, na rodada anterior. Nino Paraíba retorna à lateral direita, após cumprir…
Ótimo post, Penido. Parabéns!
A BOZ DO FONO https://www.youtube.com/watch?v=2Qdpvc0RN0Q
E0 O https://www.youtube.com/watch?v=AXF7wEPgP3o