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Geraldo Cantini, primeiro grande goleiro

Belo Horizonte, 13mai1909; Belo Horizonte, ?


Geraldo Cantini estreou no gol do Palestra Itália, em 1927. No tricampeonato de 28/29/30 revezou com Armando Polisseni e Catalano. Depois, foi titular até o aparecimento de Geraldo Domingos, o Geraldo II, em 1934.


E era tão bom o novo goleiro que Cantini recomendou ao treinador Matturi Fabbi sua escalação como titular. Afinal, o moço que viera do calafate era, mesmo em início de carreira, o melhor goleiro da cidade. Depois de passar o condição de titular, Geraldo Cantini ainda jogou no Sete de Setembro, antes de voltar ao Palestra para encerrar a carreira em 1941.


Em seu melhor momento, no final dos anos 20 e início dos 30, ele foi titular da Seleção Mineira. Apesar de ter mãos descomunais que os jornais gostavam de registrar em fotos nas páginas esportivas, seu estilo era sóbrio, ao contrário da valentia de seu sucessor. A imprensa o chamava de “Goleiro das Mãos de Seda” porque, renunciando a qualquer arroubo exibicionista, ele amaciava a bola antes de defendê-la e preferia colocar-se bem debaixo do gol do que voar ou se atirar ao pé dos atacantes.


Encerrada a carreira, ele se dedicou integralmente ao ofício de pedreiro sua grande paixão. Em entrevista ao Diário da Tarde, nos anos 50, revelou-se um saudosista dos tempos em que o futebol não estava tão amarrado aos sistemas táticos. Mesmo assim, escolheu Matturi Fabbi, Yustrich e Martim Francisco, coincidentemente, três zelosos adeptos de rígidas formações táticas, como seus treinadores preferidos. Mas, convidado a escalar seu time dos sonhos do futebol mineiro, ele só se lembrou dos contemporâneos: Armando Polisseni (Palestra, Atlético), Tonico (América), Ewando (Atlético); Bento Russain (Villa, Palestra), Pires (Retiro, Palestra, Villa), Nininho (Palestra, Lazio); Piorra (Palestra), Ninão (Palestra, Lazio), Carazo (Palestra, Villa), Bengala (Palestra), Armandinho (Palestra). Entre os jogadores de outros estados, destacou Fausto (Flamengo, Vasco), Feitiço (Santos), Didi (Fluminense, Botafogo), Nílton Santos (Botafogo), Nilo (Cruzeiro, Palmeiras).


Outros dois irmãos de Geraldo Cantini brilharam no Cruzeiro: o zagueiro Gerson dos Santos, nos anos 40 e Pireco, nos 50. Ambos craques até mais famosos (Gerson foi campeão carioca pelo Botafogo), mas sem a marca do pioneirismo que se confere a Geraldo Cantini, o primeiro grande goleiro de Minas.


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